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"Um defeito de cor", de Ana Maria Gonçalves

Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.

"Oliver Twist", de Charles Dickens

A sorte não sorri ao pequeno Oliver Twist. Havendo ficado órfão assim que nasceu, foi criado em um asilo sem receber qualquer carinho. Aos nove anos, já sabe o que é passar fome, sofrer maus tratos e trabalhar de sol a sol em uma fábrica. Decide, pois, fugir para Londres, buscando uma vida um pouco mais fácil. A grande cidade, no entanto, é repleta de perigos e de delinquência. Em mais uma de suas obras inesquecíveis, Dickens, a partir da trajetória do jovem Oliver, denuncia as dificuldades e penúrias que se abatem sobre os pobres de uma sociedade recentemente industrializada, sem, contudo, privar o leitor de notas de humor e esperança.

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"Tipo uma história de amor", de  Abdi Nazemian

O jovem iraniano Reza se muda para Nova York em 1989, no momento em que os Estados Unidos enfrentam a devastadora epidemia da AIDS. Ele nunca revelou isso a ninguém, mas é gay. Aterrorizado pelo medo de morrer por causa dessa doença ainda pouco conhecida, e de ser expulso da família, Reza decide manter sua sexualidade em segredo. Mas, quando conhece Judy, uma jovem criativa com um tio soropositivo, acaba se envolvendo com a garota, apesar de estar se apaixonando pelo melhor amigo dela, Art. À medida que se envolve com ele, Reza precisa descobrir como aceitar a si mesmo sem destruir a amizade com Judy, mas também sem abrir mão do amor.

"A Espera", de Keum Suk Gendry-Kim

Jina é uma romancista, filha de Gwija, uma senhora coreana que, aos dezessete anos, foi obrigada a se casar com alguém que não conhecia para escapar do destino cruel de servir às tropas japonesas como “mulher de conforto”, na Segunda Guerra Sino-Japonesa. Apesar do casamento forçado, Gwija encontra a felicidade; mas ela durou pouco. Separada do marido e do filho durante a Guerra da Coreia, ela consegue chegar ao Sul e começar uma nova família, porém, sem jamais se esquecer da antiga. Anos depois, Jina promete ajudar a mãe a encontrar seus amores de outrora, só que, tendo se passado 70 anos desde a trágica separação, essa espera torna-se cada vez mais aflitiva e desesperançada. Gwija, agora uma idosa de saúde frágil, vê-se cada vez mais distante do sonho de rever seus entes queridos e de fazer as pazes com o passado.

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"Sobre a terra somos belos por um instante", de Ocean Vuong

Sobre a terra somos belos por um instante é uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler. Escrita quando o palestrante, Cachorrinho, está com quase 30 anos, a carta desenterra uma história de família que começou antes dele nascer e morar nos Estados Unidos - uma história cujo epicentro está enraizado no Vietnã - e serve como uma porta de entrada para partes de sua vida que sua mãe, que carrega cicatrizes da guerra, nunca teve conhecimento, com direito a uma revelação inesquecível. Ao mesmo tempo um testemunho do amor intenso e inegável entre uma mãe solteira e seu filho, é também uma exploração brutalmente honesta sobre raça, classe e masculinidade.Com surpreendente urgência e graça, Ocean Vuong escreve sobre pessoas presas entre mundos díspares e pergunta como podemos curar e resgatar uns aos outros sem abandonar quem somos.

"A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", de Suzanne Collins

É a manhã do dia da colheita que iniciará a décima edição dos Jogos Vorazes. Na Capital, o jovem de dezoito anos Coriolanus Snow se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. A outrora importante casa Snow passa por tempos difíceis e o destino dela depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas estudantes para conseguir mentorar o tributo vencedor. A sorte não está a favor dele. A ele foi dada a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12, o pior dos piores. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer pode significar sucesso ou fracasso, triunfo ou ruína. Na arena, a batalha será mortal. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a já condenada garota tributo... e deverá pesar a necessidade de seguir as regras e o desejo de sobreviver custe o que custar.

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"Torto Arado", de Itamar Vieira Junior

Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas ― a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção. Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. 

"Torto Arado" é vencedor do prêmio Leya 2018, Oceanos 2020 e Jabuti 2020.

"Os sete maridos de Evelyn Hugo", de Taylor Jenkins Reid

Com todo o esplendor que só a Hollywood do século passado pode oferecer, esta é uma narrativa inesquecível sobre os sacrifícios que fazemos por amor, o perigo dos segredos e o preço da fama.
Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.

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"Fique comigo", de Ayobami Adebayo

Yejide e Akin se apaixonaram na faculdade e logo se casaram. Apesar de muitos terem esperado que Akin tivesse várias esposas, ele e Yejide sempre concordaram que o marido não seria poligâmico. Porém, após quatro anos de casamento ― e de se consultar com médicos especialistas em fertilidade e curandeiros, tomar chás estranhos e buscar outras curas improváveis ―, Yejide não consegue engravidar. Ela está certa de que ainda há tempo, mas então a família do marido aparece na sua casa com uma jovem moça que eles apresentam como a segunda esposa de Akin. Furiosa, chocada e lívida de ciúmes, Yejide sabe que o único modo de salvar seu casamento é engravidar. O que, enfim, ela consegue ― mas a um custo muito maior do que poderia ter imaginado.

"Garota, Mulher, Outras", de Bernardine Evaristo

Garota, mulher, outras é um verdadeiro marco da ficção britânica. O romance causou furor quando publicado: venceu o Booker Prize em 2019, foi aclamado por nomes como Barack Obama, Roxane Gay, Ali Smith e Tom Stoppard e incluído nas listas de melhores livros do ano por veículos como The Guardian, Time, The Washington Post e The New Yorker. A forma, por si só, não é nada convencional: trata-se de um gênero híbrido, composto de versos livres e sem pontos-finais. O resultado é uma dicção singular e envolvente, que prende o leitor da primeira à última página.
O pano de fundo dessas histórias é uma Londres dividida e hostil, logo após a votação do Brexit: um lugar onde as pessoas lutam para sobreviver, muitas vezes sem esperança, sem que as suas necessidades sejam atendidas e sem que sejam ouvidas. Nesse ambiente opressor, as vozes de Garota, mulher, outras formam um coro e levantam reflexões poderosas sobre o machismo, o racismo e a estrutura da sociedade.

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"Orlando", de Virginia Woolf

Nascido no seio de uma família de boa posição em plena Inglaterra elisabetana, Orlando acorda com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. Como é dotado de imortalidade, sua trajetória então atravessa mais de três séculos, ultrapassando as fronteiras físicas e emocionais entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões - tudo é observado com inteligência e sensibilidade nesta narrativa que, publicada originalmente em 1928, permanece como uma das mais fecundas discussões sobre a sexualidade humana. A um só tempo cômico e lírico, Orlando mostra o trajeto do personagem entre embates com armas brancas, acalorados debates filosóficos no século XVIII, a maternidade e até mesmo num volante a bordo de um automóvel. Tudo isso vem costurado pela prosa luminosa de Woolf nesta que é uma das grandes declarações de amor da literatura ocidental.

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